Reconhecendo a Dependência Química

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Certamente a forma menos precisa para reconhecer um quadro de dependência química é a quantidade de substância usada. Seria um exagero dizer que isso é o de menos, mas é quase isso. A quantidade que leva à dependência varia de cada um, e até a mesma pessoa pode apresentar alterações nestas quantidades com o tempo.

 

dependencia quimica

 

Temos dois parâmetros clássicos e outro mais moderno, aceitos para balizar o diagnóstico. Um deles é a “Tolerância”. Quer dizer que a pessoa precisa com o tempo de uma maior quantidade de droga para atingir um mesmo efeito.

Erroneamente confundido com resistência, é algo que foge ao controle rapidamente. Outro parâmetro seria a “Abstinência”, e tem um conceito que assusta: imagine quando a substância química vai sendo colocada para dentro do organismo diariamente, não importa a quantidade, e aos poucos o corpo entende que aquilo faz parte dele, nasceu com ele, e a falta da droga faz com que a pessoa sinta sintomas horríveis, advindos da interpretação do metabolismo de que aquela falta pode prejudicar muito a pessoa.

Daí alguns sinais clínicos aparecerão de uma forma vigorosa, como que atropelando a paz e por vezes fazendo com que, em desespero, a pessoa cometa até um ato fora da lei.
Mais modernamente tem sido levado em conta o que chamamos de “Repertório”, ou seja, o conjunto de atividades da pessoa pelo dia. Do Repertório consiste tudo, desde a higiene matinal, passando pela caminhada matutina, o café da manhã, a ida ao trabalho, depois à academia, e os costumes da noite.

Quando o repertório se reduz a ponto de girar em torno do consumo de droga – nem só do uso em si, mas da aquisição, uso e recuperação física do uso, como ressaca e larica – temos um grande caminho andado para a Dependência Química.

 

hospital itupeva

Cabe a quem usa drogas ficar atento e acima de tudo receber com calma as advertências que inicialmente os familiares e amigos próximos tecerem caso percebam algo de errado acontecendo. Eles só querem seu bem.

 

  • Dr Michel Matias Vieira – médico psiquiatra, Diretor Clínico do Hospital Psiquiátrico Itupeva

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